A bondade criminosa com nossos impostos

Por Giuseppe Tropi Somma

A BONDADE CRIMINOSA COM OS NOSSOS IMPOSTOS

Por que o Bolsa Família é uma fonte criminosa?

– Porque doar dinheiro que não é seu é crime.

– Porque seduzir com dinheiro que não é seu é corrupção.

– Porque cultivar a pobreza, incentivando a improdutividade, é crime sociopolítico.

Um país cuja Constituição de 1988 foi feita na porta de saída de uma ditadura militar, em que só existia uma esquerda organizada, não pode realmente ser justo e ético.

O erro da época foi o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter unificado a candidatura para a tarefa de parlamentar com a tarefa de constituinte, fazendo com que a nossa Constituição não tenha sido elaborada pela nata da inteligência nacional, e sim pela mediocridade política de nossos representantes.

Na época, o eleitor nem se preocupou com a capacidade e a credibilidade dos candidatos a constituinte; apenas queria se garantir de estar iniciando uma nova fase de autêntica democracia. Resultado: fomos agraciados por uma Constituição fraca e cheia de contradições, feita, com raras exceções, por (e para) incompetentes, semianalfabetos e pessoas mal-intencionadas.

É uma Constituição segundo a qual todos somos iguais perante a lei, mas uns mais iguais que os outros; pela qual todos devemos lutar para garantir nosso sustento com trabalho e honestidade, mas há quem, por pouco, deve lutar muito, e quem, por muito, não precisa lutar nada.

Uma Constituição que divide o Brasil em dois, com direitos adquiridos de um lado e obrigações impostas de outro. Uma Constituição que põe o poder político acima da lei penal jamais poderia ser chamada de justa. Esta Constituição parece ter sido feita para a prática do crime e para a impunidade, porque os crimes são constantemente denunciados e comprovados, mas nada se faz para impedi-los e para que não se repitam.

Por que estou falando de Constituição? Para dizer que, apesar de nossa gravíssima situação e de “nunca antes na história deste país” termos tido um tão grande desgoverno, nosso problema não é pontual e ocasional, que possa ser resolvido definitivamente. Infelizmente, isso só será possível com um choque institucional suficientemente rígido. Infelizmente, o país, há muitas décadas, está pecando na educação de seu povo e, em vez de erradicarmos a marginalidade, a imoralidade etc., acabamos sendo dominados por elas.

Quando observo estar sendo extorquido com tantos impostos e estar sendo instrumentalizado para custear a gigantesca corrupção, e quando observo meus impostos serem usados para comprar o apoio popular, eu me pergunto: por que nossos políticos não param de cometer (e não impedem que os outros cometam) os mesmos crimes? Se o governo quer combater a pobreza, por que, quando dá uma Bolsa Família, junto com isso não cria comitês locais soioeducacionais para orientar as famílias favorecidas a se tornarem autossustentáveis e produtivas? Se não faz isso é porque não quer que a pobreza acabe, mas que aumente e se perpetue, porque, na verdade, a pobreza não é objeto de combate, mas é um objeto de uso.

Diante da atual situação econômica (que todos passamos), em que fomos obrigados a demitir muitos funcionários para fazer frente aos altos custos, principalmente pela alta carga tributária, precisamos ter atitudes: nas próximas notícias sobre corrupção e malversação do dinheiro público, nós, contribuintes, seremos induzidos a nos unir e deixar de recolher impostos, depositando-os em juízo.

Pelo que sabemos, nós pagamos impostos para que o governo os reverta em benefício de toda a sociedade, como saúde, educação, segurança e infraestrutura, e não distribuindo dinheiro como se dele fosse.

Essa minha decisão não foi tomada com base em boatos de que algumas empresas já estejam fazendo isso, mas pelo sentimento de justiça e de defesa da moralidade.

* Reprodução liberada *

Cav. Giuseppe Tropi Somma é empresário, membro da Abramaco e presidente do Grupo Cavemac.

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